segunda-feira, 31 de março de 2014

1º de Abril, o dia da traição nacional!

1º de Abril de 1964 foi um dia trágico para a história nacional. Neste ano, o então Presidente João Goulart, junto à pressão crescente dos movimentos populares, encabeçava a defesa das "reformas de base" - um conjunto de reformas que visava melhorar a qualidade de vida do povo brasileiro, distribuir terras, mudar a lógica do ensino e desfechar um duro golpe ao capital estrangeiro que sugava nossas riquezas e sabotava a produção nacional -, o que gerava um temor crescente nos setores mais reacionários das classes dominantes, da igreja e das Forças Armadas, além do Imperialismo norte-americano, inimigo número 1 de nossa soberania nacional.

No dia 31 de março um levante de tropas em Minas Gerais, liderados pelo general Olímpio Mourão Filho, iniciara um marcha até o Rio para depor o presidente e livrar o país do "perigo comunista", o que na prática significava reprimir toda a atividade política independente, intervir nos sindicatos e silenciar por completo o movimento estudantil. Com o apoio logístico norte-americano, os golpistas foram ganhando adeptos em diversas unidades militares, uma após outra. Apesar da lealdade constitucional do III Exército, João Goulart não agiu com o rigor necessário contra os golpistas, permitindo que o movimento reacionário crescesse e tomasse conta do país. A CGT (representando a maioria dos sindicatos do país) decretou uma greve, mas sem armas os trabalhadores não puderam enfrentar os militares, que rapidamente foram assegurando o controle do país.

No dia 01 de abril, o golpe triunfara com Goulart preferindo o exílio à luta. Logo em seguida o país vivera 21 anos de ditadura militar-fascista, onde não havia qualquer liberdade democrática, a imprensa (mesmo a burguesa) era censurada, os partidos políticos extintos e toda a atividade estudantil e sindical vigiada e reprimida fortemente pelos terríveis aparelhos de segurança, onde os presos eram levados sem qualquer ordem judicial. A tortura foi empregada como método institucional (embora não legalmente reconhecida), e os assassinatos de opositores uma regra constante.

O dia 01 de abril, para os brasileiros, não representa apenas o dia da mentira. Representa, além disso, o dia da traição nacional. O dia em que o Exército brasileiro decidiu marchar contra seu próprio país e contra a constituição, para servir a uma potência estrangeira (os EUA) e os interesses de uma diminuta elite nacional que temia a autonomia do povo brasileiro.

Nesta data de hoje, onde se completa 50 anos do dia da traição nacional, sairemos às ruas em todo o país para manifestar nosso repúdio ao golpismo e ao fascismo! Que as Forças Armadas nunca mais ousem levantar suas armas contra o povo brasileiro! E se o fizerem, que sejam esmagados, não apenas pelo povo, mas também pelos verdadeiros patriotas e democratas que hoje compõem as fileiras das Forças Armadas.

Honra e glória aos heróis assassinados e torturados pela ditadura militar-fascista!

Honra e glória aos que pegaram em armas e deram seu sangue para a libertação de nosso povo!

Ódio e morte ao Imperialismo norte-americano!

Ódio e morte aos golpistas e fascistas!

Paredão aos torturadores e cúmplices do regime militar-fascista!

À Unidade!

- Comando da Unidade Vermelha