quarta-feira, 12 de março de 2014

Nota da Unidade Vermelha em solidariedade a greve dos operários do Comperj.

A Unidade Vermelha vem a publico prestar solidariedade máxima aos operários da Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro) que completaram 34 dias de greve nessa segunda-feira (10), quando a categoria fez uma assembleia com mais de 20 mil operários e, por unanimidade, manteve essa árdua batalha contra os exploradores nacionais.

O sindicato (Sinticon) é filiado a CUT, que desde o inicio da greve não fortaleceu e sequer apoiou o movimento grevista; inclusive, na segunda-feira (10) apresentou uma proposta para encerrar a greve. Mas a combatividade e a unidade dos trabalhadores em continuar a luta em defesa das suas reivindicações fez com que a categoria rejeitasse a proposta indo à decisão contrária a direção do sindicato e manteve a greve.

As empresas continuam de forma nojenta e intransigente mantendo a proposta de 7% de reajuste e ainda não realizaram o adiantamento do salário dos operários. Os governantes e a burocracia sindical, como de costume, se aliam com o patrão ao não mexer um dedo em relação aos abusos praticados contra os grevistas e sequer tomam qualquer reação em relação a liminar que as empresas conseguiram considerando a greve ilegal.

Reivindicações

Os trabalhadores do Comperj reivindicam 15% de reajuste salarial, aumento do ticket alimentação, (de 300 reais, para 500 reais); o pagamento diário de 2 horas in tinere (tempo gasto no trajeto trabalho-casa); a classificação dos ajudantes que exercem serviço de profissionais no canteiro há mais de seis meses; equiparação dos salários para profissionais da mesma função (algumas empresas pagam salários diferentes); a folga de campo (período para visitar famílias em outras regiões) a cada 90 dias trabalhados de forma que o pagamento das despesas com a viagem seja feito pela empresa; pagamento de adicional 150% no valor das horas extras, entre outras reivindicações.

Como já esperado a burocracia sindical, filiada a CUT tem uma postura absurda e patronal de tentar baixar em uma assembleia o percentual de 15% para 11,5 % e ainda tenta baixar o pedido de R$500 de ticket para R$460, isso por vontade própria sem acordo com patrão. Ora, como pode um sindicato que deveria representar a categoria tentar baixar o reajuste dos trabalhadores sem qualquer tipo de pressão do patrão? Pois bem, é aí que fica escancarado o caráter nojento, traidor e patronal desses sindicatos sanguessugas filiados a CUT, CTB, UGT, Força Sindical e outros. Mas mais uma vez a categoria se mostra combativa e unida, e repudia toda essa postura do sindicato com atitudes combativas como queimar uma caminhonete no dia 5 de fevereiro, ainda nos primeiros protestos.
É necessário denunciar também as atitudes criminosas e marginais dos patrões, que mandaram seus capangas para intimidar os tais trabalhadores grevistas e para assassinar dois dos operários, que só ficaram feridos. 

Sabemos que essa é uma pratica muito comum entre o patronal e também entre os sindicatos que há muito nada representam o povo brasileiro, com suas ações parasitárias, tentam coagir e prejudicar os trabalhadores, como na greve dos garis.

Na assembleia do dia 10, o sindicato tentou junto com a Conticom (Confederação Nacional da categoria que é filiada a CUT) propôs a categoria uma velha proposta do Ministério Público do Trabalho, de 9% de reajuste e dividir os dias de paralisação entre descontos e compensações. Tal proposta foi amplamente vaiada e rejeitada pelos trabalhadores. Uma nova assembleia está para ocorrer na quarta-feira (12).

Abaixo a burocracia sindical!
Viva a mobilização e ação direta feita pela base!
Assédio Moral é crime!
Viva a luta da classe trabalhadora brasileira!

À Unidade!

- Subcomandante Léo.

Assembleia dos operários grevistas (10/3)