A Copa do Mundo no Brasil não é uma conquista
nacional. A realização de tal evento em solo brasileiro não trará legados
positivos ao nosso povo, pelo contrário, trouxe e continuará trazendo mazelas,
opressão, desrespeito a nossa soberania nacional e um grande saque nos cofres
públicos brasileiros e do trabalho de nosso povo. A dominação é detestada por
todos que buscam a liberdade, e o povo brasileiro não está hostil a essa
liberdade, a busca, e por isso, não aceita a Copa da FIFA – e a combate.
Um evento que parte de uma empresa internacional (a
FIFA), não poderia por essência trazer conquistas a um país subdesenvolvido
como o Brasil. A FIFA visa dominar o Brasil e saquear as riquezas brasileiras,
assim como buscam conseguir brechas para lucrar mais e mais, junto com seus
patrocinadores.
1. A dominação do Brasil pela FIFA e
dos grandes impérios.
A FIFA exigiu que o estado brasileiro isentasse ela e
seus patrocinadores de impostos que todos os pequenos comerciantes brasileiros
têm que pagar. Por isso, durante a Copa FIFA, as grandes empresas, que
cotidianamente lucram absurdos, sugam a força de trabalho do povo brasileiro e
dominam nosso país, não pagam certos impostos (o Banco Itaú, Ambev, Hyunday,
Coca-cola e outras deixaram de pagar Cofins, ICMs e impostos municipais). Ou
seja, terão seus lucros maximizados durante a Copa, enquanto o povo brasileiro
pagará a conta (aproximadamente R$ 10 bilhões).
Também exigiu que todos esses comerciantes ambulantes
fossem retirados de seus pontos de comércio, somente para monopolizar o
comércio com as mega-empresas patrocinadoras da Copa. Para aumentar ainda mais
a destruição desses micro-comerciantes, os governos municipais não oferecem
qualquer opção de trabalho e emprego a esses brasileiros.
Para garantir o monopólio, a FIFA exigiu também que no
perímetro de 1 km
dos estádios da Copa só sejam vendidos produtos dos seus patrocinadores
(empresas como Coca-Cola, Mc Donalds, Johnson & Johnson, entre outros).
Isso é um duro golpe no pequeno comerciante
brasileiro, que durante o dia-a-dia já sofre para se manter em pé. Já a FIFA e as empresas
que a patrocinam, mandam e desmandam no Brasil, e não têm piedade do pequeno
comerciante.
2. A dominação e opressão cultural: um
golpe na identidade popular e nacional.
A Copa do Mundo não trará diversão ao povo brasileiro,
que com seus olhos tristes tenta ver a luz dos estádios de bem longe. Na Copa
que será realizada em solo nacional, os costumes e cultura brasileiros é
retirada à força, e em seu lugar é vendida a indústria cultural estrangeira,
das grandes potências.
No Brasil adentro, faz parte da cultura nacional a
venda de alimentos e bebidas tipicamente brasileiras por vendedores ambulantes,
que vivem sob constante xeque do estado brasileiro. Como já citado a cima,
esses ambulantes foram retirados de seus pontos de venda sob exigência da FIFA
por fins econômicos. Outro exemplo prático dessa desnacionalização do Brasil se
deu quando o Estado brasileiro, após exigência da FIFA, chegou a proibir a
venda de acarajés, comida da cultura nacional e popular que é vendida nas belas
ruas de Salvador por vendedoras ambulantes (conhecidas como Baianas), durante a
Copa – e se não fosse a luta incansável do povo baiano, o Estado não teria
voltado atrás.
Além disso, as festas tradicionais da cultura popular
brasileira também foram impedidas de serem realizadas ano passado, durante a
Copa das Confederações, como a festa de São João na Bahia – o que significou um
grande desrespeito à expressão cultural brasileira, um golpe na identidade
nacional de cada cidadão brasileiro!
Todavia, a desconstrução da cultura popular brasileira
também prossegue dentro do próprio futebol, tendo em vista que as arenas onde
serão realizadas as partidas da Copa do Mundo, agora sob novos contratos que
deixam a administração nas mãos de grandes magnatas empresariais, terão total
poder para aumentar e inflacionar os ingressos, excluindo as massas brasileiras
do futebol, propriedade cultural dos brasileiros! Isso torna impossível ao povo
brasileiro assistir o jogo de perto. A Copa da FIFA no Brasil vai divertir
gringos e turistas, deixando de fora da festa o povo que construiu, com suor e
sangue, toda a estrutura dela.
3. Para o povo
brasileiro: despejos, mazelas e repressão.
O povo brasileiro sofre com o submundo da Copa. Os
governantes brasileiros, do âmbito municipal até o federal, se desdobram como
cães a serviço da FIFA e dos grandes impérios industriais para realizarem com
sucesso exigência por exigência.
Como as exigências desses inimigos do povo são
exatamente o contrário do que exige o povo, logicamente, os governantes marcham
incansavelmente contra o povo brasileiro, aumentando ainda mais a desgraça
social, as mazelas e, quando o povo se revolta e cria consciência popular,
aplica-se a repressão violenta com o aparelho de ‘segurança’: tudo para se
garantir os interesses da FIFA e suas empresas.
Despejos e mazelas
sociais: legados da Copa.
 |
Reintegração de posse da favela da Telerj; Registro do despejo do povo brasileiro por exigência da FIFA. |
O despejo de moradores de periferias e favelas por
todo o Brasil já é cotidiano. Trabalhadores e toda a população pobre brasileira
são despejados de suas casas ou barracos à força de tratores e Tropa de Choque,
perdendo seus móveis e seu sagrado teto, sem qualquer indenização do Estado
brasileiro. Os despejos são consequências da especulação imobiliária
impulsionada por estes eventos e seus impérios, além de muitos outros
empreendimentos imperialistas resultantes da Copa. Cerca de 250 mil brasileiros
já são feitos reféns dessa corrida imobiliária. Não por ventura, os brasileiros
seguem em luta por moradia e já seguem a marcha contra a Copa da FIFA no
Brasil.
Já para os brasileiros que não têm teto, a população
de rua, a situação tão somente é ainda pior: aos brasileiros que vivem nas ruas
das cidades-sede, são retirados com a força e brutalidade, têm seus documentos
e pertences recolhidos pelas autoridades municipais, assim como, em conjunturas
ainda mais acirradas, chegam a simplesmente desaparecerem. Infelizmente para os
povos do mundo, isso não é exclusivo do Brasil: na África do Sul, os
sul-africanos que se encontravam nessa situação eram recolhidos e postos em
grandes assentamentos afastados dos centros urbanos. Essas ações do Estado, não
exclusivas do Estado brasileiro, maquiam a realidade dos países que são postos
sob comando da FIFA para o turismo comercial.
Muito além dos próprios despejos e demais mazelas, a
realização da Copa da FIFA no Brasil, assim como das Olimpíadas, faz crescer o
turismo sexual, um instrumento de opressão à mulher brasileira e
latino-americana. Tão evidente é que a própria FIFA se esquiva da responsabilidade
de seu evento imperialista no crescimento desse fenômeno, como o governo
brasileiro também, de forma covarde e submissa, não se declara sobre.
O terrorismo de
Estado e a repressão contra os brasileiros!
 |
Repressão fascista no RJ. |
Os brasileiros que constroem a consciência popular e
vêem a necessidade de lutar e se manifestar para mudar esse quadro de dominação
que vive o Brasil, só recebem de resposta a repressão da Polícia e forças de
‘segurança’. Uma vez que sob ordens da FIFA, os governantes não permitem um
suspiro de revolta popular, contra a dominação que vive o Brasil e contra a
FIFA. Os traidores nacionais puseram o Brasil numa condição ainda mais de
"colônia" do imperialismo, venderam a pátria brasileira ainda mais do
que já éramos vendidos, tudo para garantir à FIFA a “Copa das Copas” (cheia de
lucros, dominação e exploração).
Prevendo a revolta popular, em novembro de 2012, o
governo federal já havia comprado 50 milhões de reais em armas menos letais
(balas de borracha, bombas de gás lacrimogêneo, entre outras), para serem
utilizadas na repressão de manifestações e protestos populares e, inclusive sob
os não violentos. Cerca de 2 bilhões de reais foram gastos em ‘segurança’ na
compra de armamentos, equipamentos de vigilância e treinamentos – tudo para
manter a ordem, que é determinada sob critério da FIFA e seus patrocinadores
imperialistas.
Para massacrar as revoltas do povo brasileiro sob a
falsificada palavra de ‘justiça’, a FIFA exigiu que se criasse um tribunal de
exceção com raio de ação de 1
km ao redor dos estádios para julgar todos os crimes no
entorno dos estádios com as determinações da FIFA, passando por cima da nossa
própria soberania e Constituição. Ainda pior que isso, sob o critério da ‘Lei
Geral da Copa’ e os PL’s (Projetos de Lei) como a ‘Lei anti-terrorismo’,
qualquer revolta popular ou manifestação contra a dominação imperialista em
nossa pátria podem ser enquadrar como ‘terrorismo’.
Nos morros cariocas, a repressão segue na trilha
marcada do fascismo e terrorismo de Estado. As UPPs massacram à bala e sangue
os brasileiros que ousam se levantar contra essa dominação estrangeira. A
população carioca, favela por favela, organizam levantes e têm seus filhos
mortos com o passar dos dias.
Nas ruas de Goiânia, os lutadores do povo seguem
firme, sob forte repressão e perseguição do Estado, que promove uma verdadeira
caça às bruxas! A luta popular nos exige suor e sangue, mas a libertação
recompensa!
Nos asfaltos do Brasil adentro, os brasileiros
resistem do norte a sul, na luta por poder popular, sob gritos de ‘FIFA GO
HOME!’, baixo de balas de borracha e entre gás lacrimogêneo.
Abaixo a traição, a
repressão, o imperialismo e a FIFA!
A realização da Copa da FIFA no Brasil é um reflexo
nítido e claro da dominação que enfrenta o Brasil. Dominado por forças
imperialistas estrangeiras, sobretudo os Estados Unidos (sendo os donos das
maiores transnacionais patrocinadoras da Copa da FIFA), forças estas que seguem
com o massacre ao povo brasileiro. Já a classe dirigente brasileira (a grande
burguesia e latifúndio) e de seus governantes (incluindo o PT), promovem a
maior traição dos últimos anos: mostraram na prática que preferem a submissão
da pátria ao imperialismo do que a libertação.
O povo brasileiro tomou a consciência nacional e não
se quieta, segue firme na luta popular das favelas do Rio de Janeiro às
periferias do nordeste. Deixa claro que a revolução de libertação nacional virá
do povo brasileiro, dos trabalhadores e trabalhadoras, fora das vias
"convencionais", fora da ordem e institucionalidade burguesas.
Exatamente por isso, é inadmissível que os setores que
se dizem populares e progressistas não se posicionem contra um evento que vai
privilegiar grandes empresas estrangeiras, enquanto o povo brasileiro (do
camponês/operário até o pequeno comerciante) vai ser engolido por essa grande
onda de dominação. Aprovar este evento parasita, que vem de uma política
venda-pátria do governo brasileiro dirigido atualmente pelo PT, é ir contra
todo o povo brasileiro!
Estes setores não têm tempo mais a debater:
obrigatoriamente, para se denominar ‘popular’ e ‘progressista’, há de se
posicionar contra a realização da Copa do Mundo na nossa pátria. Todos que
defendem a causa do poder popular, da libertação do nosso país e da emancipação
das classes oprimidas devem tomar sua posição, e essa posição deve ser a da
luta e da resistência ao saque aos cofres públicos brasileiros que será
efetuado pela famigerada FIFA – como não só os saques aos cofres, como também as
demais ingerências, desde as remoções de moradores pobres, higienização de
moradores de rua, até a repressão aos comerciantes informais
(ambulantes/camelôs) para lhes tirar dos locais centrais da cidade, para a
cidade "não ficar feia pro gringo ver" (e é claro, para beneficiar os
grandes empresários).
Cabe a nós, revolucionários e lutadores da causa
popular, denunciar quem são os saqueadores, quem são os cúmplices e quem são os
traidores!
Levantemos bem alto a bandeira da luta, de baixo de
tiro da repressão fascista, sob o cantar das palavras de ordem: FIFA Go Home!
Morte à FIFA e ao
imperialismo!
Abaixo a traição e a
repressão!
Viva a luta popular e
nacional!
E não, Não Vai Ter
Copa!