
Nas primeiras negociações, os metroviários propuseram que caso eles
deixassem as catracas livres para a população, eles trabalhariam de graça, e não
haveria mais o estado de greve. Entretanto, o governador recusa a proposta, e pior: chama a PM fascista para coagir funcionários de escritório a furarem a greve e
controlarem os trens, deixando a população a mercê de operadores não
qualificados, colocando os usuários em extremo risco (mostrando exatamente o papel da Polícia brasileira: guardar e servir aos interesses do monopólio). Não obstante a isso, o poder judiciário,
poder mais reacionário da esfera pública e com menos participação popular,
declara que a greve totalmente legítima é ilegal, indo contra o direito
constitucional de greve.
Nada mais se poderia esperar da justiça burguesa. Após
5 dias de greve, é convocado um ato de manhã na Estação Ana Rosa com diversos
movimentos sociais e demais apoiadores da greve, e instantes antes do ato se
iniciar a mobilização, a Polícia Militar, cumprindo o seu papel de capachos do monopólio, joga bombas de gás na estação com
metroviários e sindicalistas dentro e prendem 13 metroviários. Não contentes com
isso, o governo demite 60 funcionários, e ameaçam inúmeros outros de demissão
por justa-causa, atos que apenas acirra os nervos dos metroviários grevistas e
aumenta a tensão, assim também, aumento a luta.
Essas atitudes do Estado perante às reivindicações
populares apenas evidenciam que, quando há acirramento da luta nacional contra os monopólios, o Estado brasileiro não consegue esconder seu caráter ditatorial e serviçal dos inimigos do povo brasileiro, como se mostra
nessa greve e em outras que eclodiram no país nesse período de forte mobilização das massas. As massas brasileiras mostram que podem exigir o poder para si, construindo o poder popular com os meios necessários. Os metroviários de São Paulo mostram sua força, e mais que isso, mostra que Não Tem Arrego!
Pela catraca livre!
Pela reinserção dos metroviários demitidos!
Pela liberdade dos metroviários e militantes populares, presos políticos!