No último 8 de março
foi comemorado o dia internacional da mulher. O que muitos desconhecem é que o
início do movimento de luta das mulheres está intimamente ligado ao movimento
proletário. Como diria Marx: "A história de todas as sociedades é a
história da luta de classes". Durante a Revolução Industrial a burguesia
se afirmou enquanto classe dominante nas principais potências da época e
expandiu seu poder pelo mundo. Milhares de homens, mulheres e crianças cumpriam
uma carga horária massacrante de aproximadamente 14 horas. O movimento operário
reagia bravamente. Nesse contexto cresceu o movimento sindical, popular e
feminino. As primeiras mulheres a lutarem por melhores condições de trabalho o
faziam sem abrir mão da luta revolucionária.
Os Estados Unidos foram, sem
dúvida, um dos grandes palcos da luta feminina. Em solo norte-americano foi
registrado o primeiro dia da mulher, em 3 de maio de 1908. O jornal The
Socialist Woman afirma que cerca de 1.500 mulheres aderiram às reivindicações
por igualdade econômica e política no dia dedicado à causa das trabalhadoras.
No ano seguinte, a data foi oficializada pelo partido socialista e comemorada
em 28 de fevereiro. Reuniu, em Nova York, cerca de 3000 pessoas no centro da
cidade. A comemoração impulsionou a greve geral dos trabalhadores de vestuário,
que eram em sua maioria jovens mulheres, em novembro de 1909. A greve durou 13
semanas e provocou o fechamento de mais de 500 fábricas de pequeno e médio
porte.
Em 1920 Lênin discursa no dia internacional da mulher operária: “fazer a mulher participar do trabalho social produtivo, arrancá-la da escravidão doméstica, libertá-la do jugo degradante e humilhante, eterno e exclusivo do ambiente da cozinha e do quarto dos filhos: eis a tarefa”.
Após a Segunda Guerra Mundial, o feminismo teve sua força usurpada pelo conservadorismo Capitalista. O movimento feminino perde boa parte do caráter de classe que antes o norteava, ficando em sua maioria homogeneizado pelas classes pequeno-burguesas, interessadas em melhorar a situação das mulheres, mas manter inabalada a estrutura social de exploração do trabalho pelo capital. A burguesia adapta a luta das mulheres aos seus sórdidos interesses. Grande parte do movimento feminista renuncia a luta revolucionária, a bandeira do socialismo e passa a defender uma luta reformista, unicamente preocupada em defender a igualdade de gênero. O feminismo cego, com um fim em si mesmo.
Obviamente a luta das mulheres
é válida, tal qual a luta do movimento negro, do movimento LGBT, dos indígenas...
Entretanto, as minorias não precisam e não devem lutar sozinhas. Lutar apenas
contra aquilo que lhe atinge diretamente. Lutar por salários igualitários, pelo
fim dos assédios, contra o machismo e não ir de encontro ao capitalismo é negar
a própria luta! A luta contra as desigualdades é uma só, a luta contra o
capitalismo, pela libertação nacional e construção do poder popular.
- Da célula Anita Garibaldi, escrito pelas Combatentes Soledad e Marta.
- Da célula Anita Garibaldi, escrito pelas Combatentes Soledad e Marta.